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- Jenny Flores
BELLA II desenvolve projeto piloto de formação em bioinformática e inteligência artificial
Reduzir semanas de análise científica a apenas algumas horas já é uma realidade na América Latina. Com esse objetivo, o projeto BELLA II desenvolveu um plano piloto de formação por meio de seu Testbed de Bioinformática e Inteligência Artificial, voltado para apoiar pesquisadores e equipes acadêmicas no uso de ferramentas digitais que otimizam a análise de informações científicas, reduzem o tempo de trabalho e ampliam o acesso a capacidades essenciais para a pesquisa, mesmo em contextos com recursos limitados.O Testbed funciona como um espaço de trabalho e aprendizagem que facilita a compreensão de sistemas biológicos complexos, a análise de grandes volumes de informação científica e a aplicação prática de ferramentas de inteligência artificial em diferentes áreas de pesquisa. Isso contribui para formular perguntas de pesquisa mais precisas, projetar experimentos mais bem estruturados e acelerar a geração de conhecimento.
O plano piloto contou com a participação de dez pessoas, entre estudantes e professores, que se organizaram em equipes para desenvolver diferentes casos práticos. Por meio de atividades formativas e exercícios aplicados, os grupos implementaram casos de uso focados em desafios científicos e projetos de pesquisa, incluindo teses de graduação, recebendo apoio contínuo durante o processo.
Durante o piloto, eles trabalharam com dados reais e analisaram temas como processos biológicos, interações em nível molecular e revisão estruturada de informações científicas. Um dos casos abordados foi o operon da lactose, um sistema bacteriano que regula como as células utilizam a lactose (um tipo de açúcar) dependendo da disponibilidade de glicose (outro açúcar). O objetivo foi entender como certos genes são ativados para produzir enzimas que permitem metabolizar a lactose apenas quando a glicose é escassa. Também foi abordado o processo de morte celular programada em plantas, conhecido como resposta hipersensível (HR), que permite eliminar células infectadas por patógenos. Por meio da modelagem da rota, buscou-se identificar proteínas ou eventos de sinalização compartilhados entre animais e plantas, analisando semelhanças com fatores apoptóticos em células animais. Um dos principais resultados do piloto foi a rápida adoção dessas ferramentas, mesmo por participantes sem experiência prévia.
Este processo foi acompanhado por acadêmicos especialistas da Universidade dos Andes da Venezuela (ULA), que forneceram apoio contínuo e orientação ao longo de toda a experiência formativa.
De acordo com os participantes do piloto, o ambiente permitiu reduzir significativamente os tempos de análise, melhorar o aproveitamento das informações de diferentes publicações e fortalecer a capacidade dos pesquisadores de gerar resultados com maior impacto científico.
Em conjunto, os resultados validam o Testbed de Bioinformática e Inteligência Artificial como um ambiente fundamental para impulsionar a formação avançada, a experimentação aplicada e a inovação científica na América Latina. Os casos desenvolvidos durante este piloto constituem evidência concreta de seu impacto e estabelecem as bases para seu crescimento e expansão dentro do ecossistema BELLA II, consolidando-o como uma infraestrutura estratégica a serviço da comunidade acadêmica e científica da região.
Este Testbed, assim como os de Blockchain e Computação de Alto Desempenho (HPC), é oferecido como um serviço especializado da BELLA II sob um modelo de acesso com custo, projetado para garantir sua sustentabilidade e continuidade ao longo do tempo. As instituições e pessoas interessadas podem consultar as informações detalhadas e fazer sua solicitação através do formulário de serviço disponível aqui.

