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O impacto da transformação digital nos sistemas de Governança de Dados de Saúde e as ferramentas necessárias para criar sistemas que beneficiem os pacientes foram alguns dos temas abordados no Webinar da Rede Universitária de Telemedicina da América Latina (RUTE-AL) "Governança de Dados de Saúde na ALC", realizado na quarta-feira, 31 de julho.

Moderada pela profissional da Unidade de Interoperabilidade do Ministério da Saúde do Chile (MINSAL), María Loreto Rodríguez, a sessão reuniu mais de 70 participantes e contou com apresentações dos especialistas Dr. Jorge Pacheco, chefe do Departamento de Estatísticas e Informações de Saúde do MINSAL, e Alejandro Benavides, engenheiro de sistemas de treinamento e cofundador da Rede Centro-Americana de Informática em Saúde (RECAINSA), da Costa Rica.

Em sua apresentação, Benavides compartilhou a experiência da RECAINSA no uso da governança de dados como base para estratégias de interoperabilidade na América Central, enfatizando quem deve ser o principal beneficiário desse processo: os pacientes. "Acho que toda a nossa discussão sobre a questão do uso de dados de saúde pode ser mal orientada se estivermos preocupados apenas com as tecnologias. É claro que a interoperabilidade tem a ver com a troca de dados, mas esse não pode ser seu objetivo final; o mais importante é o uso desses dados para criar políticas que beneficiem a saúde na região, com o paciente no centro da discussão", disse ele.

O especialista acrescentou que a governança desempenha um papel fundamental na construção do caminho entre os dados e seu uso correto. "O papel dos responsáveis pela governança não é apenas definir as regras para o uso dos dados, mas também delinear estratégias, os 'como' e 'quando', para sua correta implementação", explicou Benavides. Essa estratégia deve ser acompanhada por profissionais treinados para a tarefa. "Acho que uma de nossas grandes fraquezas é a falta de recursos humanos para a interoperabilidade na saúde. Se quisermos avançar, precisamos de mesas redondas técnicas que sejam multidisciplinares e multissetoriais", acrescentou.

Uma das experiências mais bem-sucedidas da região em termos de governança de dados é a do Chile, onde o Ministério da Saúde decidiu enfrentar os desafios da transformação digital na área da saúde por meio de uma estratégia abrangente. "Nosso primeiro desafio foi o cenário em rápida mudança, com rápida obsolescência tecnológica, novos requisitos regulamentares e, paralelamente, a demanda dos usuários por informações disponíveis em tempo real", analisou Jorge Pacheco.

Nesse contexto, o Ministério elaborou um plano de ação que começou com uma análise de seus pontos fortes e fracos e continuou com a criação de um modelo de governança que busca tratar os dados de saúde de forma ética, com qualidade e segurança, de maneira integrada e em conformidade com as normas e regulamentações vigentes. Em termos práticos, o MINSAL desenvolveu uma série de normas técnicas que definem os padrões de informações de saúde, que são revisados periodicamente, bem como manuais de processamento de dados que descrevem cada etapa a ser seguida desde a coleta de informações até sua publicação como estatísticas ou seu uso para a criação de políticas públicas.

"Esse foi um esforço que exigiu o compromisso de todos, começando pelo governo chileno, com um processo de transformação digital em nível governamental. Hoje podemos dizer que existe uma visão e um compromisso com a integração intersetorial em benefício da saúde em nosso país e dos sistemas nacionais", concluiu Pacheco.

As apresentações de Pacheco e Benavides foram seguidas por uma rodada de perguntas e respostas, em um diálogo interativo entre os palestrantes e os participantes. Para assistir ao webinar "Governança de dados de saúde na ALC", visite o canal de vídeos da RedCLARA.

O próximo webinar da RUTE-AL será realizado na quarta-feira, 14 de agosto, com o tema "OneHealth: Lições e Experiências na América Latina e no Caribe". Para obter mais informações, acesse https://redclara.net/es/colaboracion/conozca/rute-al