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- Jenny Flores
Projeto SUBMERSE: contribuindo para a Década dos Oceanos da ONU e para os ODS
A ONU declarou o período de 2021-2030 como a Década dos Oceanos, reconhecendo que a qualidade da vida humana em terra depende, em grande parte, da saúde dos nossos oceanos. Nesse contexto, o projeto SUBMERSE se destaca como um contribuinte chave, fornecendo dados oceânicos nunca antes obtidos e apoiando tanto a exploração marinha quanto a conservação.
A pesquisa oceânica representa uma das nossas últimas "novas fronteiras". A exploração das profundezas marinhas desperta nosso interesse e nos confronta com o desconhecido, assim como a exploração do espaço profundo. No entanto, sabemos menos sobre os fundos dos nossos oceanos do que sobre a superfície da lua.
O projeto SUBMERSE está estrategicamente posicionado para contribuir com a Década dos Oceanos, facilitando a coleta de dados oceânicos que nunca antes haviam sido possíveis. O projeto utiliza seis locais de coleta de dados na Europa, desde o Mar Jônico até Svalbard e através do Atlântico, onde sensores foram instalados em cabos submarinos de propriedade dos parceiros do projeto. O SUBMERSE emprega tecnologias como os Sensores Acústicos Distribuídos (DAS), o Polarímetro e o Estado de Polarização (SOP) para coletar novos conjuntos de dados de pesquisa em Oceanografia, Sismologia, Biologia Marinha e monitoramento de Tsunamis.
Com essa coleta de dados, o SUBMERSE abre novas oportunidades para a pesquisa em Sismologia e o monitoramento de Tsunamis. Um exemplo inicial do potencial do SUBMERSE foi demonstrado em outubro passado, quando, logo após a instalação do equipamento DAS na estação de aterrissagem de cabos na ilha da Madeira, o projeto detectou com sucesso ondas sísmicas. Diferentemente das estações sísmicas tradicionais, que medem a aceleração do solo, o equipamento DAS permite medir o alongamento e a tensão em múltiplos pontos ao longo do cabo, utilizando o movimento do próprio cabo para detectar essas ondas. Os dados coletados e gerenciados contribuirão para sistemas vitais de alerta de Tsunamis, abordando pelo menos quatro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Além disso, o SUBMERSE cumpre o ODS 14 (Vida na Água) ao fornecer dados do fundo do mar relevantes para a vida marinha, as mudanças climáticas e a atividade humana próxima ao leito oceânico. O ODS 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura) é apoiado ao demonstrar sistemas de detecção resilientes baseados na infraestrutura de cabos submarinos, enquanto o ODS 13 (Ação Climática) se beneficia ao adicionar conjuntos de dados que promovam a proteção, conservação e uso responsável dos nossos recursos marinhos.
No âmbito da Década dos Oceanos e seus 10 desafios, o SUBMERSE responde não apenas aos Desafios 5 (soluções oceânicas para a mudança climática) e 7 (expansão do Sistema Global de Observação dos Oceanos), mas também ao Desafio 10: mudar a relação da humanidade com nossos oceanos, aumentando nosso conhecimento e conscientização sobre a interdependência entre a saúde dos oceanos e a sustentabilidade da nossa vida na Terra.
A RedCLARA é uma das 24 parceiras do consórcio que apoia o SUBMERSE, trazendo sua expertise na operação de redes avançadas e tecnologias inovadoras. Esse consórcio, que inclui organizações técnicas, infraestruturas de pesquisa e indústria, facilita o acesso à infraestrutura e aos recursos necessários para o projeto. A RedCLARA se destaca na gestão de dados, segurança e redes ópticas, além de fornecer acesso a equipamentos e comprimentos de onda no cabo EllaLink, que conecta a Europa à América Latina e ao Caribe, implantado no âmbito do projeto BELLA. A colaboração da RedCLARA e outros parceiros reforça o SUBMERSE como uma iniciativa chave para o avanço do conhecimento e da proteção dos oceanos, reafirmando o compromisso com a sustentabilidade e a inovação.