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LAGO: Uma comunidade de altura e energia

Regiões altas com céus privilegiados para a Astrofísica e uma dedicada equipe de pesquisadores são os elementos de LAGO, comunidade membro do Programa COMCLARA 2010 que trabalha no desenvolvimento de um observatório de grande abertura para o estudo dos flashes de raios gama que chegam  à Terra, e no desenvolvimento de repositórios de dados por maio de ambientes virtuais colaborativos sobre RedCLARA.

Observar a alta energia dos  flashes de gama a partir do solo e medir a atividade solar por meio da modulação que ocorre no fluxo de raios cósmicos galácticos são os objetivos de LAGO (Large Aperture Gamma Ray Burst Observatory), uma comunidade integrada por 59 membros de 21 instituições de 11 países, que iniciou os trabalhos na Argentina, Bolívia, Peru, Colômbia, México e Venezuela, instalando detectores de gravação para registro de dados no México, Bolívia, Peru e Argentina.

"Em 2004, realizamos um estudo que nos mostrou que os 1.600 detectores de Pierre Auger usados no modo Geiger a 1.400 m de altitude eram sensíveis a ondas gama, como o sãos os detectores do Observatório Chacaltaya  (Bolívia) que , localizados a 5.300m, nos serviram de referência ", explicou Xavier Bertou, líder e porta-voz da Colaboração do Centro Atômico Bariloche, na Argentina, e coordenador da Comunidade LAGO.

De acordo com Humberto Salazar Ibarguen,Doutor em Física , membro da la Benemérita Universidad Autónoma de Puebla (BUAP) de México  e responsável da sede LAGO de Serra Negra, um dos pontos mais importantes para LAGO é representar uma  iniciativa competitiva desenvolvida a  partir da América Latina , que aproveita as condições geográficas (excelente altura) e a tradição de vários grupos de trabalho no alto das montanhas. "Um segundo aspecto é o custo reduzido do experimento, considerando  sua  competitividade e o aspecto de formação de recursos humanos, tanto na área tecnológica como na científica", disse o especialista.

Trabalho em equipe e online

Outro marco do trabalho realizado por esta Comunidade é o desenvolvimento de LAGO Virtual, uma série de ferramentas que permitem registro, catálogo, preservação, mas, principalmente, compartilhamento dos dados coletados pelos detectores instalados.

"A parte mais difícil de se ter detectores em muitos países é que temos de reunir dados de todos os experimentos,  caracterizá-los para  posteriormente poder  analisá-los de forma automática. Foi  necessário, então, um banco de dados e metadados para gerenciamento. Fazer tudo isso por meio de uma plataforma virtual tem permitido superar  diferenças no formato para registrar a pressão atmosférica, por exemplo. Quando se quer relacionar a taxa de contagem dos sensores e pressão, não é necessário conhecer o formato específico utilizado em cada lugar. Portanto, uma plataforma virtual que apresenta os dados em uma forma unificada facilitará a gestão das informações de LAGO ", explica Bertou.


Com a implementação desta iniciativa, cada membro do projeto pode ter  acesso e controle de instrumentos remotamente, realizar simulações da operação dos detectores e preservar, catalogar e compartilhar dados gerados por cada grupo LAGO. Tem também uma plataforma para colaboração em tempo real (chat e videoconferência), que permite realizar encontros virtuais para seminários e reuniões de trabalho com os outros membros da equipe.

Atualmente, por meio de RedCLARA, os dados são transferidos e gerados entre os diferentes centros de LAGO, o que, segundo Bertou, atinge a ordem de 5 a 10 GB por mês por centro (dependendo do número de detectores), um número que é significativo pela localização e pelas dificuldades de conexão dos centros. "Nós precisamos reunir  os dados em um laboratório de informática para analisá-los. Eles consistem geralmente em quatro taxas de contagem a cada 5 milissegundos para cada detector, o que pode ser difícil de transferir entre nossos países, em especial quando as redes locais não são de alta velocidade. Até agora, a melhor solução foi trazer os dados em um disco rígido para o workshop anual de LAGO, mas estamos trabalhando para poder nos comunicar regularmente por videoconferência , compartilhar dados e ter uma espécie de laboratório LAGO  virtual, com o qual poderemos acessar todos os dados, sem a preocupação de seu local de origem. Para tudo isso queremos contar com o apoio de RedCLARA ", conclui.


Raios gama: Entre o céu e a terra

A radiação gama ou raios gama (γ) é um tipo de radiação eletromagnética produzida por fenômenos astrofísicos de grande violência, ocorrem em posições aleatórias no céu e sua origem permanece ainda sob discussão científica. De toda forma, parecem ser os fenômenos mais energéticos do Universo.

Em geral, os raios gama produzidos no espaço não atingem a superfície terrestre, pois são  absorvidos na atmosfera superior.  Aqueles cuja energia é marcada por cerca de um milésimo de MeV (giga elétron-volts ou  GeV)  representam as exceções, pois, ao  incidir na atmosfera, produzem milhares de partículas (cascata atmosférica longa) que se localizam na superfície da Terra e que por meio de tanques detectores é possível verificar a radiação de Cherenkov produzida por elas ao atravessar a  água.

"A análise destes é uma oportunidade de estudar Astrofísica, Física de partículas e instrumentação científica", diz Luis Otiniano, Pesquisador da Comissão Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Aeroespacial , CONIDA de Lima (Peru), e membro da Comunidade LAGO.

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