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Na reunião ALICE2 – RedCLARA realizada em novembro de 2011 em Montevidéu, os Diretores e Engenheiros das Redes Nacionais de Pesquisa e Ensino Latino-Americana (RNIE)  conheceram o novo Presidente da RNIE paraguaia, a Rede Arandu. Nesta entrevista descobrimos quais são os próximos passos da rede da sabedoria guarani, quais são os anseios e em que fase está hoje.

 

Em guarani, Arandu quer dizer sabedoria. O caminho percorrido pela Arandu desde a sua criação tem sido longo e sinuoso. Quanta daquela sabedoria contida no nome tem precisado no Paraguai para chegar à assinatura da Ata de Fundação da Rede Arandu em 2011?

Para explicar como nós chegamos à assinatura da Ata de Fundação é necessário fazer um pouco de história:

 

Em 2002, por iniciativa do Centro Nacional de Computação (CNC), dependente da Universidade Nacional de Assunção (UNA), começa o Projeto Rede Arandu.

 

Dalí em frente, as universidades e instituições locais e internacionais se tornaram atores fundamentais para conseguir a disponibilidade da infra-estrutura e a implantação da Rede Acadêmica Paraguaia.

 

Em 2009, foi realizado no Campus da UNA a reunião bianual da RedCLARA. Este evento permitiu ao Diretor-Executivo da RedCLARA, Florencio Utreras, e o Diretor da RNP, Nelson Simões, e representantes das universidades locais e do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CONACyT) se reunissem e concordaram em configurar o CONACyT como a entidade coordenadora para operar a Rede Arandu.

 

Graças a esta coordenação, conseguimos o apoio do Projeto Mercosul Digital, por meio das seguintes ações:

 

• Projeto da infra-estrutura de rede
• Fornecimento de equipamentos informáticos, de rede e comunicação
• Redação das Políticas de Segurança e Plano de Contingência

 

Para o projeto da infra-estrutura, tivemos a valiosa colaboração dos engenheiros Gustavo García e Alex Moura, da equipe da RedCLARA.

 

A existência legal da Arandu é um requisito indispensável para a implantação da mesma. Portanto, como o apoio do CONACyT, os representantes dos membros da Rede (as Universidades: Nacional de Assunção, Nacional do Leste, Católica Nossa Senhora da Assunção, Autônoma de Assunção, a Companhia Paraguaia de Comunicações e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu) redigiram a Ata de Fundação, que foi assinada em 17/10/2011, sendo configurada a primeira Comissão Executiva.

 

Quais serão os passos da Rede Arandu em 2012?

 

Nós decidimos estabelecer metas curtas sem perder de vista os objetivos no longo prazo.

 

Os desafios no curto prazo são: Consolidar os Estatutos, a implantação física do NOC da rede, a conexão física das instituições membro, a criação de comunidades de pesquisa e o início das operações da rede por meio destas comunidades, a troca de informação, bem como a socialização dos serviços da rede para outras instituições.

 

Também queremos preparar, apresentar e, se possível, iniciar a construção da sede da Rede Arandu no terreno do Campus.

 

Quais são os maiores desafios que a Rede Arandu enfrenta hoje?

 

Um dos maiores desafios tem a ver com a sustentabilidade da rede.

 

Atualmente contamos com o apoio de uma consultoria fornecida pela RedCLARA, para a redação do Plano de Negócios da Rede Arandu. Este trabalho permitirá identificar as fontes de financiamento, bem como as estratégias para atrair mais sócios e prestar melhores serviços.

 

O que esperam as quatro universidades membro e os sócios estratégicos da Rede Arandu no curto e médio prazo?

 

No curto prazo, as quatro universidades aguardam o funcionamento da Rede. Superar a fase piloto para começar a utilizar a plataforma. No médio prazo, esperamos nos conectar à RedCLARA de modo a usar os benefícios desta conexão.

 

O backbone da Rede Arandu será de 10 Gbps, e as conexões institucionais de 1 Gbps. Claramente uma rede moderna. Quando estará completamente implantada esta rede, e quando começará a prestar serviços de conectividade às universidades?

 

É muito importante esclarecer alguns conceitos.

 

Atualmente, a Arandu tem equipamentos com capacidade para ligações de 10 Gbps.

 

Em nível de 10 Gbps é a interconexão que será estabelecida com a RedCLARA, através da qual, por meio do convênio RedCLARA-RNP-COPACO, pretende-se implantar uma rede de transmissão de 10 Gbps, que destramaria em capacidades de 1 Gbps para conectar os nós que irão surgir no trecho Assunção-Cidade do Leste.

 

Agora estamos trabalhando em um novo cronograma de trabalho, reestruturando as fases e redefinindo os objetivos para cada uma delas.

 

Quais o senhor considera que serão os principais benefícios da implantação desta rede?

 

Nós temos um propósito: A integração das universidades e centros de pesquisa por meio da formação de redes de cooperação científica e a troca de conteúdo acadêmico.

 

A oportunidade de consolidar as novas infra-estruturas tecnológicas como ferramentas para desenvolver trabalhos de pesquisa e projetos conjuntos com parceiros nacionais e internacionais.

 

Estes recursos tecnológicos configuram o suporte para dar vida à verdadeira rede, a rede objetivo, integrada por acadêmicos, pesquisadores, estudantes e outros atores que compõem a comunidade acadêmica e cientifica nacional.

 

Em termos de conexão, como funciona hoje a Rede Arandu?

 

Por meio de VPN sobre a rede IP/MPLS da COPACO S.A.

 

Atualmente, a Arandu tem um equipamento de ultima geração, que será utilizado para se conectar à RedCLARA. A intenção é unir o equipamento de ponta da Arandu, logicamente e fisicamente à rede da COPACO. Assim, teremos a nossa Rede Arandu por meio da qual estarão conectadas todas as nossas instituições membro.

 

Após a reunião da RedCLARA e ALICE2 realizada em novembro de 2011 em Montevidéu, qual a sua percepção sobre o modo de agir das redes nacionais e a RedCLARA?

Eu acho que iniciativas como a RedCLARA configuram um complemento fundamental para potencializar o modo de agir das Redes Nacionais. Sua missão integradora coloca em perspectiva a realidade atual de um mundo interconectado e enriquecido pela troca de saberes e conhecimentos sem limitações nem fronteiras.

 

Ao mesmo tempo, nós visualizamos grandes desafios para o futuro e teremos que encontrar juntos soluções inteligentes e apropriadas que garantam a sustentabilidade e o fortalecimento da nossa organização.

 

O que espera hoje a Rede Arandu da RedCLARA?

 

O nosso interesse nesta primeira fase está focado principalmente na concretização dos acordos Arandu-RedCLARA-RNP-COPACO para implantar a rede de transporte que conecta a COPACO diretamente à RedCLARA.

 

Nós queremos manter e aumentar a nossa participação nos trabalhos da RedCLARA para nos alimentarmos das experiências e conhecimentos dos nossos parceiros e assim fortalecer o processo de desenvolvimento da Rede Arandu. O apoio que recebemos da comunidade RedCLARA tem sido um elemento muito importante para o nascimento da Arandu e temos certeza de que continuará sendo no futuro.