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Pesquisadores de universidades chilenas desenvolvem método para previsão de terremotos

O Chile é um dos países mais sísmicos do mundo, razão pela qual seus cientistas e pesquisadores trabalham duro buscando entender e lidar com esses fenômenos naturais que tem causado tanto dano ao país ao longo de sua história e, mais profundamente, na última década. E em 2018, após três anos de coleta e análise de dados, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Chile (ligada à rede avançada chilena REUNA) e de Tarapacá, fez uma descoberta que pode resultar em um grande avanço neste sentido: um mecanismo de previsão de terremotos.

Ao analisar o comportamento do campo magnético no hemisfério sul da Terra, a equipe liderada por Enrique Cordaro, pesquisador da Faculdade de Ciências Físicas e Matemáticas da Universidade do Chile e da Faculdade de Engenharia da Universidade Autônoma do Chile, encontrou uma anomalia que, após aproximadamente 30 dias de sua ocorrência, é seguida por um grande terremoto em algum setor do planeta.

"A partir de nossos três observatórios de radiação cósmica e geomagnetismo, em Putre, Santiago e na Antarctica, medimos as partículas de radiação que entram e o campo magnético, com magnetômetros instalados no chão. Observamos mudanças abruptas no campo magnético próximo, antes dos movimentos sísmicos, que geravam oscilações que terminavam entre apenas 2 e 6 horas antes da ocorrência do evento [terremoto]", explica Cordaro. Comportamento semelhante foi encontrado nos terremotos de Maule (Chile) em 2010, Sumatra (Indonésia) em 2004 e Tohoku (Japão) em 2011. Em todos os três casos, cada vez que um terremoto poderia ocorrer, o campo magnético caia. Depois de um tempo, o terremoto realmente ocorreu.

De acordo com as evidências, o magnetismo terrestre e a ocorrência de terremotos estão fortemente vinculados. Segundo o pesquisador, esta descoberta é um primeiro passo que abre a possibilidade de prever terremotos. "Agora, juntamente com os nossos co-pesquisadores, Dr. David Laroze, e nosso tesista, Patricio Venega, do Departamento de Geofísica da Universidade do Chile, queremos aprofundar essa relação entre geomagnetismo e terremotos, e por isso estamos analisando os últimos três grandes terremotos no Chile; Maule em 2010 (8,8 graus na escala Richter), Iquique 2014 (8,2) e Illapel 2015 (8,3). A ideia agora é buscar o financiamento necessário para manter a operação de observatórios operando continuamente”, explica o pesquisador.

O estudo completo, que chamou a atenção da mídia chilena e internacional, é intitulado “Latitudinal variation rate of geomagnetic cutoff rigidity in the active Chilean convergent margin” (Taxa de variação latitudinal da rigidez de corte geomagnética na margem convergente chilena ativa) e foi publicado na prestigiada revista alemã Annales Geophysicae, estando disponível para consulta em https://www.ann-geophys.net/36/275/2018/

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